decidida a rumar à praia bem cedo, acabei por me deixar arrastar pela cama mais um bocado. quando me levantei, perto das 10h, o sol estava a esconder-se. cheguei à praia, com um céu um tanto ou quanto nublado, a chamar pela chuva, e o sol, muito escondido. iniciei a minha caminhada à beira mar com garra suficiente para libertar todas as energias negativas que este fim de semana se apoderaram de mim. como sempre, páro onde não há vestigios de humanos, e deito-me no extenso areal, concentrando-me na minha respiração e no som das ondas. deixo-me levar...
quase sempre andam pessoas a passear os seus cães, e por isso nem estranho quando algum se aproxima de mim, como aconteceu hoje. senti uma presença, abri os olhos, um fofo canídeo a rodear, levantei a cabeça, a tentar avistar o seu dono. alcanço uma sra no seu jogging que se ri, e me diz, o cão não é meu, ao mesmo tempo que o bicho se aninha junto de mim. olhei em volta, ninguém. e ali ficou ele, perto de mim, como que pressentindo que tudo o que eu precisava naquele momento era de uma companhia. e mais duas ou três lágrimas cairam. o céu como que por magia se tornou azul e o sol apareceu bem quentinho.
ali ficámos os dois em silêncio. quando me levantei para continuar a caminhada e vir embora, seguiu-me até ao carro.
*apeteceu trazê-lo para casa, mas não me pareceu abandonado, talvez perdido. portanto se o conhecerem, anda algures na praia da barra.
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